Identificação

Havia brechas no passado. 
Uma caminhada lenta, iluminou o brando cheiro do café, que por acaso, me lembrou do ontem. 
Essas brechas, eram reflexos. 
Algo meio confuso, que hoje, não tenho receio em admitir as contradições calorosas. 
Nesse excesso de reflexão, percebi que além de algo certo, somos o acaso. 
Essa incerteza do amanhã e a certeza do que passou. 
Somos, em grande escala, vozes soltas no meio da multidão. 
Gritam placas enfervecidas: Sou o querer! Sou o gozo interrompido! Sou o banho maria! Sou a expectativas! Sou a diferença! Já eu, sou a inconstância! Sou o apego! Sou a carência! Eu sou a promessa! 
Somos tantas coisas, que os rótulos nos levam para a esperança do amanhã, esquecendo num fulgor o instante do ontem. 
Somos uma roda de ciranda. 
Somos pulsões. 
Somos o medo e controle. 
Somos margens contrárias. 
Sou o mais gostoso palavrão, porra! 
O que somos? 
Não sei você mas, eu acho que sou a mordida, o fôlego, o desejo... o meu mais gostoso erro. 

dm. 

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