demarcando favelas
demarco as histórias das terras,
das que sempre foram e são.
demarco na força o cuidado,
quando escuto o abraço da mata.
demarcar nossas terras é
fortalecer as memórias de pindorama!
das favelas originárias,
sobreviventes da amnésia projetada.
demarcando o morro
o povo originário resiste ao apagamento.
demarcar favelas
é fortalecer as matas, cerrados e florestas
demarcar nossas terras indígenas
é herança que caminha,
na guerra contra a exploração
desenfreada da terra!
esse tal de agronegócio,
que insiste em acabar com esse negócio,
que nós chamamos de tecnologias da vida.
demarcar nossos corpos territórios com o suor
do gigante da própria natureza
é resistência indígena.
a nossa história não começa
quando os colonos esqueceram
de quem os ensinou a andar nas matas.
a nossa história não começa
quando os colonos esqueceram
de quem os ensinou a medicina sagrada!
muito antes de cabral
muito antes do roubo dessa nação,
antes da colônia, do império, da república!
filhas desse solo de mães (não) gentis,
o que a favela sempre sentiu
desafia no peito a própria morte!
dm.
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