[trânsitos, pela janela nada]
trânsitos, pela janela nada
uma lagartixa pequena e estranha
como meus sonhos em movimentos.
amarelo é a cor que me embriago
de suspiros sobre aquilo que não foi
sobre a transição da nuvem do que
poderia ser.
olhei para o vento tentando sentir o
fluxo da tua imagem em mim.
sinônimos de cores e vejo a minha frente
o terceiro sol.
seus raios iluminam a favela barroca e a
tentativa boemia de escrita.
sinto o vento e olho pra mim,
sou a imagem que deseja como antagônico anacrônico.
sou a rota dos raios para o acaso.
o brilho já se foi.
carrego bolhas de plástico no colo,
distraída ou acompanhada,
caminhando no mesmo lugar
a idosa e a jovem moça.
comprimentos no fim da tarde
são melodias de quem narra esse dia tão comum.
os pombos são tão comuns
como meu olhar, todo nu.
dm.

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