Não sei o que será o hoje.

Hoje não faço muita questão de querer entender,
Hoje a neblina da cidade
Visita meu colo e eu paro.

Hoje, fosse um dia como qualquer outro
Mas não é.

O que sei é que hoje, um dia triste
Minhas necessidades mesquinhas
Se assombram ao ver a fragilidade humana.

Hoje não faço muita questão de entender.
Hoje vejo a fragilidade humana na cidade.
Essa mesma fragilidade
Faz ninho do meu peito.

Se fosse hoje como um dia qualquer,
Mas não é.

A falta que faz sonhar castiga meus olhos
As mãos atentas a tudo que pode ocorrer.
As mãos se lavam em eterno pathos a Pilates.

Hoje não é um dia para falar sobre culpa.

Hoje é um dia que preciso escrever,
Sobre os desafios de hoje ser o hoje.
O hoje não será o amanhã
E hoje preciso encarar essa crua fragilidade humana.

Pensasse que antes, poderia haver uma segurança
Uma base.
Uma corrida como qualquer dia.
Correr atrás, conselho da vida.

Mas como posso correr atrás hoje, se não haverá o amanhã? 

Como posso lutar pelo o direito a vida, a minha vida?
Sendo que as mãos do Estado fedem a sangue.
Covas são cavadas para agilizar os cadáveres,
O caos toma conta da rua,
Políticos mentem, políticos sempre mentem.

No jornal, pequenos empresários pedem o direito de ir e vir
Pedem a truculência falta de juízo:
- Que sacrifiquem os pobres!

Como posso querer o amanhã?

O hoje fede a morte.
O hoje já não existe.
O hoje? Hoje?

artista desconhecida 

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